Lançado nos Estados Unidos no domingo (27), o portátil Nintendo 3DS chega com a promessa de apresentar imagens em 3D que dispensam o uso de óculos. Embora este recurso seja eficiente nos games, com alguns jogos apresentando imagens tridimensionais com melhor qualidade do que outros, ele fica em segundo plano frente a outros recursos como conectividade, máquina fotográfica 3D e jogos de realidade aumentada.
Custando US$ 250 nos EUA, com cada jogo saindo por US$ 40, o sucessor do Nintendo DS, lançado originalmente em 2004, e de suas versões mais recentes, consegue inovar também em design. Mesmo sendo um pouco maior do que a versão Lite, ele é leve, tem boa empunhadura e apresenta o disco analógico, que permite melhor controle dos jogos com ambientação em 3D. Contudo, a duração da bateria, entre 3 e 5 horas de uso com o 3D ligado, é o grande problema do novo videogame.
No Brasil, ainda não há previsão do lançamento e do início da pré-venda do Nintendo 3DS.A Gaming do Brasil, que representa a Nintendo no país, informou que ainda não possui informações sobre o preço do aparelho e de seus jogos no país.
Não pense que as imagens irão saltar da tela do Nintendo 3DS nos games. O efeito proporcionado pela tela superior do aparelho, que possui 3,53 polegadas e 800 x 240 pixels de resolução (400 pixels para cada olho) dão uma sensação de profundidade. Parece que a imagem vai para o fundo do pequeno monitor.
Embora o efeito apresente bastante qualidade e surpreenda em um primeiro momento, apenas os planos mais próximos da tela aparecem em 3D sendo que o que fica mais ao fundo parece ficar apenas em 2D. Ao fotografar imagens em 3D, o mesmo ocorre: elementos mais próximos se destacam e o que fica mais ao fundo parece não ter profundidade.
As imagens em 3D também são vistas apenas pelo usuário do 3DS, que deve achar uma posição mais confortável para olhar para a tela para conseguir enxergar o efeito. Além disso, a barra lateral que regula a “quantidade do 3D” ajuda a visualizar melhor os games.
A proposta da Nintendo para seu novo videogame portátil é mantê-lo sempre ligado, levando-o no bolso ou na mochila. Com a tela fechada, o 3DS poupa energia, mas se mantém conectado em redes Wi-Fi abertas e pode trocar informações com outros consoles por meio do recurso Street Pass. Além disso, um pedômetro conta os passos dados pelo usuário, recurso que traz uma série de benefícios para games e minigames.
Levando o console para todos os lados, ainda é possível fotografar imagens em 3D, brincar de editar imagens e, ainda, receber Miis, os avatares da Nintendo, de outros usuários com que o jogador cruzar na rua.
A câmera 3D, cujas imagens são criadas por meio de duas lentes colocadas na frente do portátil, é um dos primeiros recursos que serão utilizados pelo usuário. Além de poder ver a novidade, fazendo brincadeiras ao esticar os braços para frente, por exemplo, para ver o efeito de profundidade, é possível usar diversos efeitos como bolhas de sabão e corações, por exemplo, ativados ao sobrar o microfone do 3DS e até “trocar” de cara com um amigo.
A baixa resolução (0,3 MP) é a grande vilã, deixando as imagens com baixa qualidade. Outro problema é não poder compartilhar as fotos em redes sociais e em sites, uma vez que o foco do 3DS é estar sempre conectado. Contudo, as imagens armazenadas no cartão de memória SD de 2GB que acompanha o produto podem ser visualizadas em 2D no Wii, que possui entrada para estes cartões, e em 3D em televisores e computadores compatíveis com a tecnologia. Um site chamado 3DPorch adapta as imagens para o 2D, cria efeitos e adapta para ver as imagens em 3D com os óculos com lentes vermelha e azul.
O aparelho vendido nos Estados Unidos, e que certamente será a mesma versão vendida no Brasil (com alguns diferenciais, segundo a Nintendo), já vem com os menus e os programas pré-instalados traduzidos para o português do Brasil. Este é o primeiro videogame da empresa a ser lançado com o recurso.
Criar os Miis, os avatares da Nintendo, continua acontecendo do mesmo modo do que no Wii. É possível escolher diversos estilos de cabelo, olhos e boca para fazer representações virtuais que aparecerão em diversos jogos. Mas o mais interessante é usar uma fotografia e deixar que o próprio 3DS crie o Mii. O resultado não fica próximo do real, mas é possível realizar ajustes no personagem.
Os Miis, assim como informações de alguns games são trocados no recurso chamado Street Pass. Ele é ativado automaticamente, basta deixar o videogame ligado com a tela fechada. Com Miis trocados é possível jogar minigames como "Mii Resgate" e "Mii Puzzle", presentes na opção "Praça Mii".
Em "Mii Resgate", é necessário salvar o rei, que é o dono do portátil. É preciso moedas para contratar heróis ou usar os Miis compartilhados pelo "Street Pass". Eles devem enfrentar fantasmas e outros perigos ao longo de diversas fases. Já no "Mii Puzzle" são trocadas peças de puzzle com pessoas por meio do "Street Pass" para completar um quadro.
Diversos itens extras para configurar os Miis como chapéus são adquiridos dentro destes jogos.
Além disso, um pedômetro conta os passos que são dados com o 3DS no bolso e na mochila. A cada 100 passos, o jogador recebe uma moeda que pode ser trocadas por itens dentro dos minigames. Em jogos como “Nintendogs + cats”, a quantidade de passos dada é convertida na distância “caminhada” com o bichinho. Quanto mais se caminha, mais ele fica feliz.
Para ficar sempre ligado e conectado, a Nintendo lançou com o aparelho uma base que permite carregar a bateria do 3DS. Assim, é mais fácil pegá-lo para jogar um pouco ou para ler uma mensagem e colocá-lo na carga novamente. Por meio da internet, atualizações de sistema serão lançadas. Uma delas saiu antes do lançamento do videogame que fez o aparelho rodar vídeos em três dimensões e trouxe um clipe do grupo OK Go. A atualização também aprimora o sistema de comunicação do portátil.
Adicionar um amigo para jogar online está mais fácil. Agora, o videogame possui um código que, assim como o Xbox Live e a PlayStation Network, permitem saber se um amigo está on-line e chamá-lo para uma partida. Antes, cada jogo possuía um código que deveria ser compartilhado entre os amigos para as disputas pela internet.
Como todo console novo, o Nintendo 3DS ainda apresenta poucos títulos voltados para ele. Entre eles estão “Steel Diver", "Nintendogs + cats", "Pilotwings Resort", "Rayman 3D", "Asphalt 3D", "Ridge Racer 3D", "Pro Evolution Soccer 2011 3D" e "Super Street Fighter IV 3D Edition".
Contudo, todos os títulos lançados para o Nintendo DS ao longo dos últimos 6 anos são compatíveis com o 3DS e funcionam muito bem na tela superior, maior e com mais resolução.
Ainda, a Nintendo consegue provar que os que afirmam que a caneta Stylus é um ponto negativo para os games estão errados. Ela garante uma precisão muito maior do que os dedos, usados em jogos do iPhone, por exemplo, o que é algo necessário em uma plataforma dedicada aos jogos.
Os jogos de Realidade Aumentada acrescentam ainda mais nesta leva inicial de títulos. Ele funciona por meio de seis cartas que acompanham o videogame. Nestes jogos, o jogador visualiza itens que aparecem apenas na tela do videogame, processados em cima do vídeo captado pela câmera.
Há jogos como "Arqueiro", um game de arco e flecha, "Mini-bilhar",em que é necessário dar tacadas em uma bolinha em um terreno em constante mutação, "Rabisco", tudo o que o jogador desenhar se transforma em 3D, "Pescaria” em que é preciso mover o 3DS para pescar um peixe; e no "Foto Mii", os Miis podem ser vistos como estátuas. Outros cartões com personagens da Nintendo servem para jogar o modo “Paparazzi”.
Jogar no aparelho não muda muito em relação às outras versões do 3DS. Ele é um pouco maior que a versão Lite, tem um bom acabamento e dá a sensação de ser mais resistente. A caneta Stylus fica armazenada ao lado na entrada de cartuchos e nas laterais há entrada para cartões SD, controle de volume e botão para ligar a conexão Wi-Fi. O botão de volume, contudo, não está em uma posição confortável e, volta e meia ele é movido pelas mãos quando o jogador está envolvido em um jogo.
Todos os botões de ação (A, B, Y, X), os de ombro (L e R) e o direcional digital. A novidade é a disco analógico que permite controlar melhor personagens e veículos em um ambiente 3D. O tamanho dele é ideal e a precisão é melhor do que a vista no PSP, que apresenta um disco similar.
A diversão de quem leva o 3DS para todos os lados é curta. O grande ponto fraco do videogame é a bateria que, de acordo com a Nintendo, dura entre 3h e 5h com o modo 3D ligado. Nos testes, sempre usando o 3D, ela não durou mais do que 3h30 de uso. Rodando games do DS, a energia durou mais tempo. Em casa, contudo, é possível jogar o videogame com o carregador conectado ou colocá-lo na base especial e esperar algumas horas para a bateria recarregar para se divertir.
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