A escolha entre ser bom ou mau parece ser uma espécie de "obsessão" para Peter Molyneux, um dos maiores gênios da criação de games e agora à frente da Lionhead Studios. Em "Black & White", atitudes positivas ou negativas influenciavam toda a atmosfera do jogo e, com o RPG "Fable", o princípio é praticamente idêntico.
Um ano após estrear no Xbox, console da Microsoft, "Fable" chega aos computadores com a edição "The Lost Chapters" que, tal qual o próprio nome sugere, traz entre os seus extras regiões, missões e mesmo uma trama inédita, além de uma qualidade gráfica superior.
Ser bom ou não, eis a questão
Tudo bem que "Fable" está longe de ser revolucionário, mas novamente Molyneux nos coloca uma espécie de dilema, sobre tomar boas e más atitudes. O personagem principal começa o jogo como um garoto, dividido entre as travessuras e boas ações características da infância em um vilarejo medieval - a primeira missão é conseguir dinheiro para comprar um presente para a sua irmã caçula, o que pode ser feito por caminhos honestos e outros nem tanto.
De repente, o vilarejo é invadido por bandidos, que queimam as casas e matam quem vêem pela frente, até que o rapaz é salvo por um misterioso personagem que o leva até uma guilda de heróis. Lá, o futuro herói (ou não) aprende e desenvolve habilidades básicas de combate e magia, até se tornar um "jovem adulto" e partir em busca de maiores aventuras.
À primeira vista, "Fable" mais parece um RPG de ação convencional, como "Diablo", por exemplo. De fato, estamos falando de um daqueles jogos cujas melhores partes estão escondidas nos detalhes, nas nuances. Claro que é possível finalizá-lo seguindo somente as principais missões, em pouco mais de dez horas de jogatina, mas isso significaria perder todo o diferencial de "Fable".
O destino do personagem está totalmente em suas mãos, desde a infância até a idade avançada. Através de boas e más ações, você o desenvolve em tempo real, fazendo mais que a habitual distribuição de pontos de experiência: seja um herói e você conquistará admiradores por onde passar; mate à torto e direito, assalte casas e execute outras barbaridades e você será temido - para não dizer "odiado".
As missões secundárias disponíveis são inúmeras e, o que é um dos aspectos mais envolventes de "Fable", influenciam todo o universo ao seu redor e a maneira como os NPCs (personagens controlados pelo computador) enxergam o herói. Portanto, mesmo uma tatuagem ou um corte de cabelo são questões que contam para a popularidade do protagonista.
Basicamente, os combates acontecem com espadas ou afins, arco e flecha e magias. Estas últimas são, sem dúvidas, a alternativa mais interessante de todas, já que existem mais de uma dezena de feitiços distintos, que podem ser utilizados com certa facilidade mesmo quando o personagem tem uma espada em mãos, por exemplo. Como o sistema de combate de "Fable" não é dos mais abrangentes, as magias ajudam a variar um pouco a ação.
Pode soar um pouco estranho, em um jogo repleto de personalidade e decisões morais, um protagonista que simplesmente não abre a boca para falar. Contudo, é divertido observar as reações de outros aldeões ao ver o herói e sua gama de reações, que vão desde "flatulências" e insultos até elogios e cantadas. Brincar com estas possibilidades é um prato cheio para quem gosta de explorar todas as possibilidades de um game.
Escolhas e conseqüências
Do ponto de vista técnico, "Fable" não decepciona: a conversão para computadores traz um visual repleto de luzes, cores e muitos efeitos detalhados para as magias. A trilha sonora ajuda a criar uma atmosfera meio mágica, encantadora, exatamente a impressão que o jogo tenta passar desde o início.
Os episódios perdidos da versão de PC começam logo após a conclusão do "Fable" original, e são ambientados na região norte de Albion, com diversas novidades, desde novos monstros e itens até diálogos e animações inéditas.
Tudo bem que os fãs terão passar por todos os desafios de "Fable" novamente até chegar em "Lost Chapters", que é quase uma expansão, mas vale a pena, afinal, além dos gráficos revigorados, os controles caíram como uma luva no PC, cuja combinação de teclado e mouse torna as batalhas mais práticas e funcionais.
"Lost Chapters", por si só, não é suficiente para justificar a aquisição da versão de PC por pelos proprietários do console do Microsoft - exceto os mais fanáticos pelo game, obviamente. Para quem se arriscará no game pela primeira vez, é sem dúvida um acréscimo mais que bem-vindo, que prolonga a vida útil do título em algumas horas.
É impressionante constatar que, mesmo um ano após o lançamento no Xbox, "Fable" continua repleto de fôlego. Se você está procurando por um RPG inteligente, com opções variadas que realmente influenciam o modo como o jogo se comporta, a franquia é ideal.
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Ser bom ou não, eis a questão
Tudo bem que "Fable" está longe de ser revolucionário, mas novamente Molyneux nos coloca uma espécie de dilema, sobre tomar boas e más atitudes. O personagem principal começa o jogo como um garoto, dividido entre as travessuras e boas ações características da infância em um vilarejo medieval - a primeira missão é conseguir dinheiro para comprar um presente para a sua irmã caçula, o que pode ser feito por caminhos honestos e outros nem tanto.
De repente, o vilarejo é invadido por bandidos, que queimam as casas e matam quem vêem pela frente, até que o rapaz é salvo por um misterioso personagem que o leva até uma guilda de heróis. Lá, o futuro herói (ou não) aprende e desenvolve habilidades básicas de combate e magia, até se tornar um "jovem adulto" e partir em busca de maiores aventuras.
À primeira vista, "Fable" mais parece um RPG de ação convencional, como "Diablo", por exemplo. De fato, estamos falando de um daqueles jogos cujas melhores partes estão escondidas nos detalhes, nas nuances. Claro que é possível finalizá-lo seguindo somente as principais missões, em pouco mais de dez horas de jogatina, mas isso significaria perder todo o diferencial de "Fable".
O destino do personagem está totalmente em suas mãos, desde a infância até a idade avançada. Através de boas e más ações, você o desenvolve em tempo real, fazendo mais que a habitual distribuição de pontos de experiência: seja um herói e você conquistará admiradores por onde passar; mate à torto e direito, assalte casas e execute outras barbaridades e você será temido - para não dizer "odiado".
As missões secundárias disponíveis são inúmeras e, o que é um dos aspectos mais envolventes de "Fable", influenciam todo o universo ao seu redor e a maneira como os NPCs (personagens controlados pelo computador) enxergam o herói. Portanto, mesmo uma tatuagem ou um corte de cabelo são questões que contam para a popularidade do protagonista.
Basicamente, os combates acontecem com espadas ou afins, arco e flecha e magias. Estas últimas são, sem dúvidas, a alternativa mais interessante de todas, já que existem mais de uma dezena de feitiços distintos, que podem ser utilizados com certa facilidade mesmo quando o personagem tem uma espada em mãos, por exemplo. Como o sistema de combate de "Fable" não é dos mais abrangentes, as magias ajudam a variar um pouco a ação.
Pode soar um pouco estranho, em um jogo repleto de personalidade e decisões morais, um protagonista que simplesmente não abre a boca para falar. Contudo, é divertido observar as reações de outros aldeões ao ver o herói e sua gama de reações, que vão desde "flatulências" e insultos até elogios e cantadas. Brincar com estas possibilidades é um prato cheio para quem gosta de explorar todas as possibilidades de um game.
Escolhas e conseqüências
Do ponto de vista técnico, "Fable" não decepciona: a conversão para computadores traz um visual repleto de luzes, cores e muitos efeitos detalhados para as magias. A trilha sonora ajuda a criar uma atmosfera meio mágica, encantadora, exatamente a impressão que o jogo tenta passar desde o início.
Os episódios perdidos da versão de PC começam logo após a conclusão do "Fable" original, e são ambientados na região norte de Albion, com diversas novidades, desde novos monstros e itens até diálogos e animações inéditas.
Tudo bem que os fãs terão passar por todos os desafios de "Fable" novamente até chegar em "Lost Chapters", que é quase uma expansão, mas vale a pena, afinal, além dos gráficos revigorados, os controles caíram como uma luva no PC, cuja combinação de teclado e mouse torna as batalhas mais práticas e funcionais.
"Lost Chapters", por si só, não é suficiente para justificar a aquisição da versão de PC por pelos proprietários do console do Microsoft - exceto os mais fanáticos pelo game, obviamente. Para quem se arriscará no game pela primeira vez, é sem dúvida um acréscimo mais que bem-vindo, que prolonga a vida útil do título em algumas horas.
É impressionante constatar que, mesmo um ano após o lançamento no Xbox, "Fable" continua repleto de fôlego. Se você está procurando por um RPG inteligente, com opções variadas que realmente influenciam o modo como o jogo se comporta, a franquia é ideal.
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